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SOBRE O AUTISMO
O Transtorno do Espectro Autista tem se tornado cada vez mais conhecido por todos,
mas ainda há muitas dúvidas sobre tratamentos e detalhes do autismo.
Venho me dedicando ao estudo do autismo por alguns anos. O contato com pacientes no TEA despertou esse interesse.
Como sabemos, trata-se de um leque muito abrangente de sintomas, com cada paciente possuindo singularidades que o tornam único.
Uma das conclusões que a literatura deixa clara é a importância de compreender que não existe um tratamento ideal para o autismo. Cada sujeito tem necessidades específicas e a ênfase em cada tratamento irá variar.
Normalmente o tratamento será multidisciplinar, podendo envolver áreas como psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição, terapias comportamentais e intervenções educacionais (ABA, Denver, TEACHH etc), psicopedagogia, educação física, além das especialidades médicas (pediatria, psiquiatria, neurologia, gastroenterologia, otorrinolaringologia, entre outras).
Para uma criança, a fono pode ser prioritária, para outra, o suporte educacional pode ser o mais urgente.
O psicólogo pode ajudar a família a identificar as prioridades.
Outro aspecto que acho importante destacar é a constatação que muitas fontes na internet não lembram que a pessoa com autismo (ou autista - há quem prefira uma ou outro uso dos termos) também tem sentimentos.
A depressão, a ansiedade, as fobias, os traumas, as dificuldades sociais, enfim, todas aquelas razões que levam as pessoas a buscar terapia também afligem o autista. Muitas famílias, contudo, não se dão conta disso. Propiciam terapias comportamentais para coibir aquilo que não gostam na criança, mas não lembram que ela precisa ser OUVIDA. Precisa ser compreendida em toda sua singularidade. Para isso, não há substituto para a figura do psicólogo, o mais indicado a ajudar o sujeito a lidar com suas emoções.
Na orientação psicanalítica, busca-se enfatizar essa compreensão do indivíduo, encontrar suas potencialidades, incentivar sua autonomia.
Estereotipias não serão "combatidas", mas se tentará compreender o que significam. O hiperfoco será usado para estimular o sujeito a se expressar e crescer com liberdade.
Nesse sentido, a construção da uma identidade tem sido um dos aspectos que mais benefícios traz ao autista (MALEVAL, 2017).
Tratamentos precoces de orientação psicanalítica, no contexto de intervenções multidisciplinares, têm trazidos resultados empolgantes, inclusive no Brasil.
A seguir, deixo alguma bibliografia a respeito. Se tiver curiosidade ou quiser trocar de ideias sobre o TEA, mande um Whats ou e-mail.
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AZEVEDO, F.C. Autismo e psicanálise: o lugar possível do analista na direção do tratamento. Curitiba: Juruá, 2011.
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BRUNO, P. Autismo e Psicose Infantil. Conferência proferida em 28.10.1991. Corte Freudiano, 1991, mimeografia.
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BURSZTEIN, C; LAZNIK, M.C.; TOUATI, B.. Distinção clínica e teórica entre autismo e psicose na infância. São Paulo: Instituto Langage, 2016.
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LACAN, J. (1953-1954). O Seminário, livro 1. Os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1979.
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LAZNIK-PENOT, M.C. Rumo à palavra: três crianças autistas em psicanálise. São Paulo: Escuta, 1997.
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LEFFORT, R.; LEFORT, R. La distinction de l’autisme. Paris: Seuil, 2003.
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LOPEZ, A.L.L. Reflexões sobre a contribuição da psicanálise no entendimento do autismo infantil. Circuito Brasileiro de Psicanálise, Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: https://cbp-rj.org.br/monografia01.pdf Acesso em: 27 out. 2023.
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MALEVAL, Jean Claude. O Autista e sua Voz. São Paulo: Blucher, 2017.
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ROCHA, Fulvio Holanda. Autismo: controvérsias na psicanálise.. In: COLOQUIO DO LEPSI IP/FE-USP, 4., 2002, São Paulo. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032002000400007&lng=en&nrm=abn>. Acesso em: 28 out. 2023.
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TAVARES, T.A. O brincar na clínica psicanalítica de crianças com autismo. São Paulo: Blucher, 2019.